Quer você ame ou não todos os personagens de The Last of Us 2 você entende o que os motiva, diz co-escritora


Antes de prosseguir lendo esse texto, se você ainda não jogou ou concluiu The Last of Us Part II, saiba que ele contém informações, spoilers que certamente comprometerão sua experiência.

 “O que está acontecendo é o que queríamos. As pessoas estão falando”, disse a co-escritora Halley Gross de The Last of Us Part II ao GamesBeat, sobre a repercussão e o impacto da história,  “Isso está incitando um debate sobre o bem e o mal, sobre até que ponto os jogos podem ser levados narrativamente, sobre o que faz uma pessoa redentora, o que faz uma história redentora. Desde que as pessoas façam essas perguntas, sinto que conseguimos o que queríamos realizar.”

O divisivo jogo da Naughty Dog lançado há menos de um mês para PS4 , é o maior já feito pela desenvolvedora em todos os aspectos. Abby, personagem deuteragonista do game, é responsável por mostrar aos jogadores uma outra perspectiva, o bumerangue dos atos de alguém. A vingança da triste morte do pai, resultou na triste morte de Joel e iniciou o toma lá, dá cá.

Gross reforçou que não há heróis ou vilões nesse mundo hostil e que era importante mostrar o pior e o melhor disso.

Quer você ame ou não todos os personagens, você entende o que motiva todos. Mesmo se você odeia algumas das decisões que os personagens tomaram, você entende por que eles acharam que precisavam fazê-las.

As primeiras escolhas de Ellie foram questionadas, por exemplo, quando ela mata Nora, uma médica indefesa que salva vidas. Como jogador, você não tem escolha a não ser executar Nora nesta cena. A Naughty Dog obriga você a fazer isso porque quer que você sinta essa transformação em Ellie. Ela está perdida. Ela está empenhada em vingança.

Por mais que os videogames tenham essa bela capacidade de dar aos jogadores a opção, essa é uma narrativa criada. Isso é muito sobre o que Ellie passa. Embora desejemos que você sinta um alinhamento com Ellie, é sobre como ela vai longe demais. É sobre como ela perde o controle de si mesma. Ela se perde por um longo tempo. Seria falso lhe dar essa escolha.

Com base nesse ponto, o que é empolgante na jogabilidade, sobre quando você está com Nora ou quando está com Abby na praia e você realmente só tem uma opção – nós realmente só damos uma opção. Pressione um botão ou não. Mas de uma maneira interessante, articula onde Ellie está. Ellie não tem escolha. O que quer que esteja acontecendo internamente, se ela hesita ou não, ela é obrigada a seguir em frente, mesmo que saiba que deve parar, ou mesmo que saiba que deve ficar em casa com Dina, ou mesmo que saiba que isso vai acontecer. doeu. Ela se perdeu para esse vício.

A segunda metade do jogo te força jogar com uma personagem que até esse momento, você só conhece o seu lado bruto, mas acaba vendo que embora ela tenha feito algo terrível, também merece ter sua redenção.

Com Abby, você vê o quanto ela sacrificou por Lev. Você vê que impacto positivo – não que seja a primeira vez que vemos o impacto positivo de Lev, mas estamos realmente vendo como ela é capaz de negociar seu ego por causa dessa influência positiva, por causa desse arco de redenção. É para Lev que ela pode ser uma pessoa melhor, porque ela não pode fazer isso por si mesma.

Já aquela garotinha que conhecemos no primeiro jogo, ressurge e encerra o ciclo do que devemos absorver de positivo dessa experiência.

Há muito tempo que dizemos que este jogo é sobre ódio, mas realmente é sobre amor e empatia. Para algumas pessoas, eles podem chegar lá muito rapidamente. Você tem personagens como Dina e Yara que podem acompanhar as coisas e descobrir rapidamente a resiliência, e para outros personagens, é preciso chegar ao fundo. O que eu acho que é uma mensagem positiva desse jogo é que, mesmo que pareça tarde demais para Ellie, ela ainda encontra uma maneira de fazer essa escolha mais produtiva no final. Sua humanidade ainda está em algum lugar, a Ellie que conhecíamos aos 14 anos que amamos.

O vídeo a seguir expõe essas vertentes.